Escritórios com espaços de trabalho colaborativos vendem melhor porque mostram que são mais flexíveis às mudanças econômicas. Detalhes de uma tendência mundial.
Entre 2016 e 2020, edifícios com não menos de 40% de espaço de coworking venderam melhor do que aqueles com ocupação tradicional.
Isso foi apurado pela Cushman & Wakefield identificou que prédios comerciais com espaços de coworking que ocupavam nada menos que 40% de seu espaço de escritório eram vendidos com lucros maiores do que propriedades semelhantes, mas sem essas condições de aluguel.
Em todo o mundo, os desenvolvedores que atuam no mercado de escritórios estão avaliando cada vez mais o impacto do coworking no valor de seus edifícios.
É muito comum que os investidores queiram se sentir confiantes de que vão ganhar dinheiro com a venda de seus imóveis. Uma situação que, geralmente, pode ocorrer em ciclos de crescimento econômico, quando há um mercado de trabalho forte que impulsiona a demanda por escritórios.
Em tempos de recessão, os fornecedores que trabalham juntos preenchem os espaços vagos e incentivam os novos inquilinos a expandir o prédio sem ter que refazer o contrato de locação.
Mas agora, a modalidade de coworking, que está em forte expansão, abre grandes expectativas sobre se esse sistema de trabalho poderá suportar melhor os períodos de recessão. Nesse caso, as condições de venda podem ser vantajosas mesmo em tempos econômicos desfavoráveis.
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À medida que as empresas se voltam para escritórios compartilhados, plataformas de trabalho colaborativo como a WeWork (talvez a maior do mundo) alugam grandes áreas de prédios de escritórios para arrendar em diferentes formatos para novos players.
Assim, em tempos de recessão, vendedores trabalhando juntos podem preencher espaços vagos, encorajar novos inquilinos a expandir para o prédio sem ter que refazer um novo contrato, e pequenas empresas podem alugar pequenos espaços para crescer.
Por outro lado, empresas como a WeWork melhoram a forma como os edifícios são ocupados e evoluem transformando os equipamentos ou a logística para responder às necessidades que detectam nos utilizadores. O que, por sua vez, garante melhores taxas de ocupação.
Por exemplo, a empresa global de coworking tem uma equipe de arquitetos e designers que se encarregam, no caso do Brasil, de manter em forma três edifícios. Apesar de seguirem um padrão de design global, estudam aspectos locais para melhorar seu desempenho.
“Aderimos a direção de design que se aplica a todos os nossos edifícios, então a experiência de trabalhar na WeWork é semelhante, seja um edifício em Tóquio, Nova York ou Balneário Camboriú.
No entanto, sempre incorporamos fatores locais no projeto, pois as diferenças culturais têm grande impacto na experiência final, começando pela ideia principal do projeto, incluindo a escolha de materiais, métodos construtivos e até a arte aplicada aos edifícios: tudo tem um alto componente de cultura local”, diz Matías Lodeiro, Diretor Criativo da WeWork para a América Latina.
Espaços informais de trabalho colaborativo produzem ambientes atrativos e dão origem a novos empreendimentos com potencial de crescimento. Não é à toa que os investidores veem grandes empresas de coworking injetando vitalidade em edifícios ou fornecendo flexibilidade para que novos inquilinos possam estar mais dispostos a alugar espaços de trabalho mutáveis.
A experiência do usuário, por outro lado, é a ferramenta mais eficaz para melhorar os níveis de ocupação em um escritório de coworking. A WeWork desenvolveu um sistema para testar a eficiência dos espaços de trabalho em tempo real e melhorá-los constantemente.
“Através da tecnologia aplicada ao uso diário de nossos prédios, recebemos dados de como as pessoas interagem, quantas vezes usam uma sala de reuniões, quantas pessoas usam uma despensa ou a que horas nossos espaços comuns estão mais movimentados.
Esta informação permite-nos melhorar a experiência de utilização dos nossos equipamentos“, afirma Lodeiro. Para o diretor, a evolução do design do espaço de trabalho passou por mudanças importantes devido à incorporação de tecnologia.
Segundo Lodeiro, numa primeira fase, os escritórios tornaram-se locais menos rígidos graças à utilização de computadores portáteis e celulares que conferem maior liberdade de circulação dentro dos edifícios.
Agora, uma mudança radical estaria ocorrendo na discussão da arquitetura dos espaços. “Na WeWork já não nos perguntamos se os espaços devem ser mais abertos ou mais fechados, mais flexíveis ou menos flexíveis para gerar mais produtividade; focamos na interação das pessoas com o meio ambiente. As pessoas, como seres sociais, procuram se cercar de outras pessoas”, diz.
Os espaços mais eficientes estão gerando melhor ocupação e muita flexibilidade na captação de potenciais inquilinos. A discussão é se essa modalidade conseguirá sustentar os valores da locação e, por consequência, do negócio em prédios corporativos.
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